A era digital em que vivemos, faz com que haja uma preferência por tudo o que é fácil, rápido e imediato. Isto tem impacto nos processos de recrutamento, fazendo com que as interações sejam mais descuidadas, por parte de recrutadores e candidatos.
Para os recrutadores, é cada vez mais fácil angariar um grande volume de candidatos, através das redes sociais e plataformas de divulgação de ofertas de emprego. Contudo, geralmente não conseguem gerir eficientemente o número de candidaturas que recebem, nem as ofertas que publicam.
Para os candidatos, também é muito simples fazer candidaturas massivamente. As candidaturas simplificadas, permitem enviar apenas o CV, sem ser necessário preparar cartas de apresentação, o que leva a muitas candidaturas sejam feitas por impulso. Consequentemente, quando alguns candidatos são contactados, na realidade não estão interessados na oferta.
Isto leva a perda de tempo, stress e frustração para ambas as partes. Por isso, mais abaixo deixam-se algumas sugestões para recrutadores e candidatos, com o objetivo de encararem os processos de recrutamento e de procura de emprego de uma nova forma, que lhes poupe tempo, seja mais satisfatória e conduza a melhores resultados.
Quando se gerem processos de recrutamento, a gestão dos mesmos tem de ser verdadeiramente eficiente, para se selecionarem os candidatos mais adequados. Além disso, é fundamental deixar uma boa impressão em todas as pessoas que se candidatam, para que a empresa tenha boa reputação e consiga atrair talentos. Alguns aspetos que podem contribuir para isso são:
1) Recolha de Candidaturas: Ao divulgar a oferta de emprego/estágio, coloque no final da oferta até quando os candidatos deverão ser contactados, caso passem a fase da triagem curricular, explicando que não será possível enviar feedback a todos os candidatos devido à quantidade de candidaturas recebidas.
2) Remoção de Ofertas: Definir o número de candidaturas que se poderá analisar e atingindo esse número, remover imediatamente todas as ofertas que foram publicadas nas várias plataformas. Isto evita que haja candidaturas que nunca serão analisadas, porque o processo de recrutamento já fechou.
3) Triagem: Ao contactar um candidato para uma entrevista telefónica ou triagem, caso não passe à fase seguinte, envie um e-mail, sms ou mensagem por WhatsApp (consoante seja mais prático), informando sobre a decisão, agradecendo o tempo investido no processo e fazendo votos de que encontre rapidamente a oportunidade que procura.
4) Feedback: Para candidatos que passam por uma ou várias entrevistas presenciais e testes, idealmente o feedback deverá ser personalizado e construtivo. Assim, os candidatos ficarão a saber quais são as reais razões porque não foram selecionados, dando-lhes a possibilidade de desenvolverem as competências necessárias.
Quando se procura emprego ou estágio, é preferível focar a atenção e esforço nas candidaturas que realmente valem a pena, porque o tempo é limitado e o que interessa é encontrar uma oportunidade realmente interessante. Então, os principais fatores a ter em conta são:
1) Oferta: Analisar a oferta e concorrer apenas ao que é compatível com os conhecimentos, competências e expetativas.
2) Carta de Apresentação: É uma excelente oportunidade de realçar as competências que se ajustam aos requisitos solicitados e explicar porque se está a candidatar, de modo a captar o interesse de quem recruta. Caso não seja possível submeter uma carta de apresentação, adapte o CV, colocando no topo uma secção “Sobre Mim”, com uma apresentação sucinta.
3) Idioma: Se a oferta estiver em Inglês, envie a carta de apresentação e o CV em Inglês, mesmo que a empresa seja Portuguesa, para demonstrar o domínio da língua. Além disso, é possível que quem tenha o poder de decisão em relação aos candidatos que vão para entrevista, não fale Português.
4) Desistência do Processo: Por vezes tem-se uma entrevista agendada e entretanto encontra-se outro emprego/estágio, ou chega-se à conclusão de que afinal a oferta não corresponde às expetativas. Caso isso suceda, é importante informar que se desiste do processo de recrutamento, bem como agradecer o interesse demonstrado pela candidatura e tempo dedicado à sua análise. Nunca sabe o que o futuro reserva, talvez ainda se volte a candidatar a um função nessa empresa, por isso é sempre positivo deixar uma boa impressão.
Vivemos numa era digital, de aceleração constante, em que as interações interpessoais são prejudicadas e os processos de recrutamento também sofrem as consequências destas mudanças. Contudo, se tivermos consciência do que podemos melhorar, os processos de recrutamento poderão tornar-se mais humanos, competentes e eficazes.